TRÊS MENSAGENS SOBRE O TEMA «PRESSÂO SOBRE OS MIÚDOS»
Poupo-vos o trabalho e coloco os textos em baixo:Anónimo deixou um novo comentário
Boa tarde, deixo-lhe um link sobre o assunto do futebol e dos pais. Um abraço.
http://www.academia-de-
Anónimo deixou um novo comentário :
Já que falamos de formação e o sr. parece-me uma pessoa informada, ponho em discussão outro tema:Será benéfico para o nosso futebol o aumento exponencial de jogadores estrangeiros na formação e qual a factura a pagar nas nossas selecções jovens?
http://www.academia-de-
Obrigado.
isabel cruz deixou um novo comentário
boas,
já agora mais um tema interessante
http://www.academia-de-
saudações
Suspeitas contra jogadores africanos
Uma das nuvens que sempre pairou sobre o futebol jovem é a suspeição em relação às idades dos jogadores, geralmente africanos ou seus descendentes. É um facto que um jogador que evidencie superioridade física em relação aos seus adversários apresenta uma vantagem competitiva difícil de contrariar, mas não é menos real que esta superioridade física se regista igualmente no futebol sénior, será que aqui também existe suspeição em relação à idade dos jogadores?
Deveriam Michael Essien, Yaya Touré, Mahamadou Diarra, Patrick Vieira, Mohamed Sissoko, Didier Drogba, etc, etc, por toda a energia que demonstram no seu futebol, ser jogadores do escalão de veteranos?...
Bem sei que existe uma enorme diferença entre uma superioridade física isolada de qualquer tipo de talento para a prática do futebol, e o talento que estes jogadores demonstram nos seus clubes, mas não será menos verdade que qualquer um destes jogadores, deve ter evidenciado uma superioridade física durante os seus percursos no futebol de formação, que deverá ter levantado o mesmo tipo de duvidas que aqui pretendo debater.
Será justo colocarmos em causa o talento de jogadores como Valdomiro Lameira "Estrela", Pape Bakary, Sancidino Silva, Armindo Bangna "Bruma", Carlos Mané, ou os irmãos Edilino Ié, e Edgar Ié, entre muitos outros que existem nos mais variados clubes Portugueses, apenas porque neste momento exibem uma superioridade física ou intensidade de jogo totalmente diferente dos seus colegas do mesmo escalão? E se quando chegarem ao futebol sénior a superioridade continuar?
Uma das nuvens que sempre pairou sobre o futebol jovem é a suspeição em relação às idades dos jogadores, geralmente africanos ou seus descendentes. É um facto que um jogador que evidencie superioridade física em relação aos seus adversários apresenta uma vantagem competitiva difícil de contrariar, mas não é menos real que esta superioridade física se regista igualmente no futebol sénior, será que aqui também existe suspeição em relação à idade dos jogadores?
Deveriam Michael Essien, Yaya Touré, Mahamadou Diarra, Patrick Vieira, Mohamed Sissoko, Didier Drogba, etc, etc, por toda a energia que demonstram no seu futebol, ser jogadores do escalão de veteranos?...
Bem sei que existe uma enorme diferença entre uma superioridade física isolada de qualquer tipo de talento para a prática do futebol, e o talento que estes jogadores demonstram nos seus clubes, mas não será menos verdade que qualquer um destes jogadores, deve ter evidenciado uma superioridade física durante os seus percursos no futebol de formação, que deverá ter levantado o mesmo tipo de duvidas que aqui pretendo debater.
Será justo colocarmos em causa o talento de jogadores como Valdomiro Lameira "Estrela", Pape Bakary, Sancidino Silva, Armindo Bangna "Bruma", Carlos Mané, ou os irmãos Edilino Ié, e Edgar Ié, entre muitos outros que existem nos mais variados clubes Portugueses, apenas porque neste momento exibem uma superioridade física ou intensidade de jogo totalmente diferente dos seus colegas do mesmo escalão? E se quando chegarem ao futebol sénior a superioridade continuar?
Alguns dos grandes jogadores do futebol moderno são oriundos dos países africanos, e são raros os casos em que estes jogadores não evidenciam uma compleição física superior à maioria dos seus adversários, mesmo que assim não seja, demonstram pelo menos uma disponibilidade e intensidade de jogo em média bem superior ao comum jogador europeu.
Podemos assim concluir que não seria de todo anormal os jogadores que hoje se evidenciam pela sua superioridade física nos escalões mais jovens continuarem a fazê-lo em escalões mais avançados e até mesmo no futebol sénior!
Nem de propósito, existem actualmente três jogadores que se têm evidenciado nos juniores do Benfica e que certamente já sentiram este tipo de reacções em Portugal, são eles Danilo Pereira, Lassana Camará e Ishmael Yartey. Será alguém capaz de ignorar o talento que estes jovens têm demonstrado na equipa de juniores do Benfica?
Será que por exemplo, Manuel Fernandes, que ajudou a selecção nacional de Sub 17 no Mundial de 2003, não o sentiu igualmente na pele?
Como em tudo na vida, o bom senso nunca fez mal a ninguém!
Texto: Paulo Matias.
Imagem: Academia de Talentos.
Texto: Paulo Matias.
Imagem: Academia de Talentos.
MODELO DO TREINADOR / EDUCADOR DE JOVENS
Pedagogo – Responsável – Líder - Ter Sido Praticante – Habilitado Com Curso – Educador“Os jovens jogadores de futebol, devem ver no seu treinador um exemplo.”
A evolução da sociedade mundial para o bem e para o mal, leva muitos jovens a imitar quase sempre o que têm de mau os adultos e no caso concreto, o seu treinador. Pelo que o treinador deve abster-se de proferir palavras obscenas, beber bebidas alcoólicas e fumar quer nos treinos quer nos jogos na presença dos jovens candidatos a jogadores de futebol. São muitos os casos a que tenho assistido, de treinadores que aquando dos jogos fumam, intoxicando os jovens que se encontram no banco de suplentes. Péssimo exemplo. Se passado algum tempo virmos os jovens a imitar o seu treinador, não temos que nos admirar.
O treinador de jovens, deve ser responsável, não exigindo mais dos Jovens nos vários escalões etários do que estes sejam capazes de fazer. O ensino do futebol deve ser feito de forma progressiva, e se possível deve ser o treinador a exemplificar os exercícios e a dizer qual o objectivo dos mesmos.
O treinador de jovens deve ter vocação para o desempenho dessa função e ter muita paciência para ensinar principalmente quando se trata do escalão de escolas e infantis.
Deve ainda saber do seu desempenho escolar, promovendo para o efeito e, se possível, reuniões com os encarregados de educação.
Deve incutir-lhes no espírito que primeiro está a escola e só depois vem o futebol. Não deve deixar de convocar o jovem futebolista para o jogo, só porque este faltou ao treino, por ter de estudar para o teste do dia seguinte.
Cabe ainda ao treinador inteirar-se do que se passa quando o jovem se ausenta dos treinos por muito tempo. Saber se está doente, ou se zangou com alguém ligado ao clube. Em qualquer dos casos, deve visitá-lo na companhia de um dirigente e dos capitães de equipa.
Em meu entender, os candidatos a treinadores, sendo ex-praticantes ou outros, deviam ser sujeitos a testes vocacionais e psicológicos, de forma a aferir se estes estão preparados para a função.
Os cursos de treinadores nível I deviam ter um módulo sobre treino para jovens.
Dada ainda a complexidade das matérias versadas nos cursos de treinadores, devia ser exigido a estes como mínimo das habilitações académicas o actual 9º. ano e no futuro porque não 12º. ano. A exemplo do que se passa na nossa vizinha Espanha.
Mas será que vale a pena gastar alguns milhares de euros e tempo, em cursos, debates e seminários? Quando as associações respectivas permitem que qualquer curioso treine equipas sem estarem habilitados. Até porque o Instituto de Desporto de Portugal fez aprovar um Decreto Lei, que só poderiam treinar as diversas modalidades desportivas quem estivesse habilitado para esse efeito.
Cabe também aos treinadores alertarem os pais no sentido de não descurarem o ensino escolar. Há exemplos de muitos jogadores profissionais que terminam a carreira sem terem tido a possibilidade ganhar o suficiente para fazerem um “Pé de Meia” para poderem investir noutra actividade que lhes garanta o sustento.
Existem estudos que afirmam que entre 20.000 a 25.000 jovens candidatos a jogadores de futebol só dois ou três chega à 1ª. Liga, sendo que ainda um número reduzido joga na 2ª Liga, 2ª. Divisão, 3ª Divisão ou Distritais e que muitos deles não passam do escalão Júnior A (Sub-19), deixando deste modo de praticar futebol.
Quero ainda deixar bem expressa a minha opinião que não devia haver campeonatos para os jovens nas idades compreendidas entre os 7 e os 10 anos. Este modelo é anti-pedagógico. São muitos os casos de jovens que choram quando perdem os jogos onde foram intervenientes.
Devia haver sim, pequenos torneios semanais, em vários campos onde pudessem jogar várias equipas de jovens, de modo a poder reinar o divertimento e não a “competivite”. Estou certo que com esta medida teríamos jovens mais felizes.
Texto: Professor António Pinheiro – Treinador de Futebol Uefa Basic - Pós- Graduando em Treino de Guarda-Redes – ISCE - Odivelas.
Imagem: Academia de Talentos.
O treinador de jovens, deve ser responsável, não exigindo mais dos Jovens nos vários escalões etários do que estes sejam capazes de fazer. O ensino do futebol deve ser feito de forma progressiva, e se possível deve ser o treinador a exemplificar os exercícios e a dizer qual o objectivo dos mesmos.
O treinador de jovens deve ter vocação para o desempenho dessa função e ter muita paciência para ensinar principalmente quando se trata do escalão de escolas e infantis.
Deve ainda saber do seu desempenho escolar, promovendo para o efeito e, se possível, reuniões com os encarregados de educação.
Deve incutir-lhes no espírito que primeiro está a escola e só depois vem o futebol. Não deve deixar de convocar o jovem futebolista para o jogo, só porque este faltou ao treino, por ter de estudar para o teste do dia seguinte.
Cabe ainda ao treinador inteirar-se do que se passa quando o jovem se ausenta dos treinos por muito tempo. Saber se está doente, ou se zangou com alguém ligado ao clube. Em qualquer dos casos, deve visitá-lo na companhia de um dirigente e dos capitães de equipa.
Em meu entender, os candidatos a treinadores, sendo ex-praticantes ou outros, deviam ser sujeitos a testes vocacionais e psicológicos, de forma a aferir se estes estão preparados para a função.
Os cursos de treinadores nível I deviam ter um módulo sobre treino para jovens.
Dada ainda a complexidade das matérias versadas nos cursos de treinadores, devia ser exigido a estes como mínimo das habilitações académicas o actual 9º. ano e no futuro porque não 12º. ano. A exemplo do que se passa na nossa vizinha Espanha.
Mas será que vale a pena gastar alguns milhares de euros e tempo, em cursos, debates e seminários? Quando as associações respectivas permitem que qualquer curioso treine equipas sem estarem habilitados. Até porque o Instituto de Desporto de Portugal fez aprovar um Decreto Lei, que só poderiam treinar as diversas modalidades desportivas quem estivesse habilitado para esse efeito.
Cabe também aos treinadores alertarem os pais no sentido de não descurarem o ensino escolar. Há exemplos de muitos jogadores profissionais que terminam a carreira sem terem tido a possibilidade ganhar o suficiente para fazerem um “Pé de Meia” para poderem investir noutra actividade que lhes garanta o sustento.
Existem estudos que afirmam que entre 20.000 a 25.000 jovens candidatos a jogadores de futebol só dois ou três chega à 1ª. Liga, sendo que ainda um número reduzido joga na 2ª Liga, 2ª. Divisão, 3ª Divisão ou Distritais e que muitos deles não passam do escalão Júnior A (Sub-19), deixando deste modo de praticar futebol.
Quero ainda deixar bem expressa a minha opinião que não devia haver campeonatos para os jovens nas idades compreendidas entre os 7 e os 10 anos. Este modelo é anti-pedagógico. São muitos os casos de jovens que choram quando perdem os jogos onde foram intervenientes.
Devia haver sim, pequenos torneios semanais, em vários campos onde pudessem jogar várias equipas de jovens, de modo a poder reinar o divertimento e não a “competivite”. Estou certo que com esta medida teríamos jovens mais felizes.
Texto: Professor António Pinheiro – Treinador de Futebol Uefa Basic - Pós- Graduando em Treino de Guarda-Redes – ISCE - Odivelas.
Imagem: Academia de Talentos.
O lugar do Futebol na vida dos jovens praticantes
Uma reflexão para Pais
Uma reflexão para Pais
"Existe a crença generalizada de que fazer desporto faz bem à saúde das crianças. Por isso, são cada vez mais os pais que apostam no desporto como forma de ocupação dos tempos livres dos seus filhos, pois reconhecem que este veicula um conjunto de valores e virtudes."
Pinheiro, Costa, Cipriano e Sequeira (2008)
Pinheiro, Costa, Cipriano e Sequeira (2008)
1. Introdução
O Futebol é hoje uma actividade altamente mediatizada que envolve praticamente todos os sectores da sociedade. É sem dúvida, um dos grandes empregadores quer por postos directos ou indirectos. Assim, assiste-se, cada vez mais, a um interesse generalizado da população pelo futebol, passando por todos os estratos sociais, bem como, por todas as camadas de idade. Nessa medida, importa reflectir acerca da importância do Desporto na vida das populações, em especial, o Futebol para jovens, ao assumir-se, cada vez mais, como uma forma de ocupação das crianças.
2. Os benefícios que o Futebol pode propiciar ao seu filho
De facto, se atentarmos no título deste tópico, fica patente que o Futebol está repleto de benefícios para os jovens que o praticam, todavia, estes benefícios não são, à partida, um dado adquirido. Quer isto dizer que os benefícios do Futebol são tanto mais eficazes, quanto maior for a qualidade da prática desportiva levada a cabo. Fica fácil de entender que uma prática desportiva, desprovida de uma fundamentação científica e pedagógica, pode muitas vezes, assumir-se como nefasta á saúde das crianças. Todavia, atentemos nalgumas mais-valias em que o Futebol é rico.
O Futebol contribui para a melhoria da saúde das crianças, afectando positivamente as dimensões física, psíquica e social.
Em relação à dimensão física, ajuda na prevenção de algumas das doenças da sociedade moderna, nomeadamente no combate à Obesidade, Hipertensão Arterial, Diabetes, entre outros. No caso das raparigas, previne o aparecimento da Osteoporose.
Em relação à dimensão psíquica, melhora a auto-estima das crianças, na medida em que favorece uma melhor ideia do corpo.
A noção de pertença a um grupo, bem como, a capacidade para cumprir regras subjacentes a uma noção de "colectivo", permite ao jovem um maior enriquecimento das suas "ferramentas sociais".
3. O papel do treinador no Futebol para Jovens
Um número expressivo de estudos científicos revela que o Treinador é o adulto significativo com maior relevância na forma como as crianças vivenciam a prática desportiva. Este, assume-se como um modelo comportamental que as crianças procuram imitar. Assim, verifica-se a grande responsabilidade que o Treinador tem abraços, pois o seu quadro conductual, é uma verdadeira montra, visível para todos os jovens. Cabe desta forma, ao Treinador, assumir um comprometimento claro e inequívoco com a sua "praxis" , sob pena de poder inculcar naqueles que são objecto do seu trabalho, hábitos e vícios pouco saudáveis.
4. O Papel dos Pais no Futebol para Jovens
Uma análise mais cuidada do Fenómeno "Futebol Jovem", coloca a nu um conjunto de comportamentos por parte dos pais que pouco contribuem para a educação dos seus filhos. Na verdade, quantas vezes não se assiste a pais a destratarem árbitros, porque não aceitam as decisões dos mesmos, a discutirem com os treinadores, porque os seus filhos não jogam, ou até mesmo, a discutirem com os pais da equipa adversária. Este quadro, denota por parte dos educadores um profundo desconhecimento de que, como as suas acções podem influenciar o comportamento dos filhos dentro do campo. É Imperioso que os Pais adoptem uma postura serena perante a prática desportiva dos seus filhos, vendo nesta um excelente veículo na promoção de diversos aspectos, nomeadamente, a Saúde, a socialização, entre outros. Devem, desta forma, relativizar as vitórias, colocando a tónica do sucesso, não no resultado final, mas na grandeza de todo este processo.
5.Como se devem comportar os Pais no Futebol para Jovens
Não gostaríamos de terminar este artigo sem antes deixar algumas recomendações acerca da forma como se devem comportar os Pais no Contexto Desportivo. Para isso, atentemos nos conselhos dados por Pinheiro, Costa, Cipriano e Sequeira (2008):
- Respeite as opções do treinador e não interfira no seu trabalho. O treinador quer o melhor para a equipa, ou seja, para todos os jogadores, onde se inclui o seu filho. Deixe o treinador trabalhar livremente.
- Respeite as decisões dos árbitros, mesmo que lhe pareça que este tenha errado contra a equipa do seu filho. O erro faz parte do ser humano. Se não respeitar o árbitro, estará a influenciar o comportamento do seu filho dentro de campo. Não se admire depois que ele mesmo desrespeite o árbitro;
- Respeite os jogadores adversários, evitando comentários depreciativos acerca dos mesmos. Não se esqueça que é uma competição de crianças e que certamente também não gostaria de ouvir comentários desagradáveis acerca do seu filho;
- Não se envolva em atritos e discórdias com os pais da equipa adversária, mesmo quando sente que está a ser provocado. Nunca se esqueça que o seu filho está dentro do campo, mas vê perfeitamente aquilo que se passa na bancada.
- Aplauda as coisas bonitas feitas pelos colegas dos seus filhos. Mas, não se esqueça também de aplaudir aquilo que os jogadores adversários fazem bem. O desporto é rico em situações de virtuosismo e por isso devemos aplaudir sempre, mesmo quando essas façanhas tenham sido realizadas pelos adversários.
No fundo, "Faça da prática do Futebol, um momento inolvidável de prazer".
Texto: Professor Valter Pinheiro – ISCE - Odivelas.
O Futebol é hoje uma actividade altamente mediatizada que envolve praticamente todos os sectores da sociedade. É sem dúvida, um dos grandes empregadores quer por postos directos ou indirectos. Assim, assiste-se, cada vez mais, a um interesse generalizado da população pelo futebol, passando por todos os estratos sociais, bem como, por todas as camadas de idade. Nessa medida, importa reflectir acerca da importância do Desporto na vida das populações, em especial, o Futebol para jovens, ao assumir-se, cada vez mais, como uma forma de ocupação das crianças.
2. Os benefícios que o Futebol pode propiciar ao seu filho
De facto, se atentarmos no título deste tópico, fica patente que o Futebol está repleto de benefícios para os jovens que o praticam, todavia, estes benefícios não são, à partida, um dado adquirido. Quer isto dizer que os benefícios do Futebol são tanto mais eficazes, quanto maior for a qualidade da prática desportiva levada a cabo. Fica fácil de entender que uma prática desportiva, desprovida de uma fundamentação científica e pedagógica, pode muitas vezes, assumir-se como nefasta á saúde das crianças. Todavia, atentemos nalgumas mais-valias em que o Futebol é rico.
O Futebol contribui para a melhoria da saúde das crianças, afectando positivamente as dimensões física, psíquica e social.
Em relação à dimensão física, ajuda na prevenção de algumas das doenças da sociedade moderna, nomeadamente no combate à Obesidade, Hipertensão Arterial, Diabetes, entre outros. No caso das raparigas, previne o aparecimento da Osteoporose.
Em relação à dimensão psíquica, melhora a auto-estima das crianças, na medida em que favorece uma melhor ideia do corpo.
A noção de pertença a um grupo, bem como, a capacidade para cumprir regras subjacentes a uma noção de "colectivo", permite ao jovem um maior enriquecimento das suas "ferramentas sociais".
3. O papel do treinador no Futebol para Jovens
Um número expressivo de estudos científicos revela que o Treinador é o adulto significativo com maior relevância na forma como as crianças vivenciam a prática desportiva. Este, assume-se como um modelo comportamental que as crianças procuram imitar. Assim, verifica-se a grande responsabilidade que o Treinador tem abraços, pois o seu quadro conductual, é uma verdadeira montra, visível para todos os jovens. Cabe desta forma, ao Treinador, assumir um comprometimento claro e inequívoco com a sua "praxis" , sob pena de poder inculcar naqueles que são objecto do seu trabalho, hábitos e vícios pouco saudáveis.
4. O Papel dos Pais no Futebol para Jovens
Uma análise mais cuidada do Fenómeno "Futebol Jovem", coloca a nu um conjunto de comportamentos por parte dos pais que pouco contribuem para a educação dos seus filhos. Na verdade, quantas vezes não se assiste a pais a destratarem árbitros, porque não aceitam as decisões dos mesmos, a discutirem com os treinadores, porque os seus filhos não jogam, ou até mesmo, a discutirem com os pais da equipa adversária. Este quadro, denota por parte dos educadores um profundo desconhecimento de que, como as suas acções podem influenciar o comportamento dos filhos dentro do campo. É Imperioso que os Pais adoptem uma postura serena perante a prática desportiva dos seus filhos, vendo nesta um excelente veículo na promoção de diversos aspectos, nomeadamente, a Saúde, a socialização, entre outros. Devem, desta forma, relativizar as vitórias, colocando a tónica do sucesso, não no resultado final, mas na grandeza de todo este processo.
5.Como se devem comportar os Pais no Futebol para Jovens
Não gostaríamos de terminar este artigo sem antes deixar algumas recomendações acerca da forma como se devem comportar os Pais no Contexto Desportivo. Para isso, atentemos nos conselhos dados por Pinheiro, Costa, Cipriano e Sequeira (2008):
- Respeite as opções do treinador e não interfira no seu trabalho. O treinador quer o melhor para a equipa, ou seja, para todos os jogadores, onde se inclui o seu filho. Deixe o treinador trabalhar livremente.
- Respeite as decisões dos árbitros, mesmo que lhe pareça que este tenha errado contra a equipa do seu filho. O erro faz parte do ser humano. Se não respeitar o árbitro, estará a influenciar o comportamento do seu filho dentro de campo. Não se admire depois que ele mesmo desrespeite o árbitro;
- Respeite os jogadores adversários, evitando comentários depreciativos acerca dos mesmos. Não se esqueça que é uma competição de crianças e que certamente também não gostaria de ouvir comentários desagradáveis acerca do seu filho;
- Não se envolva em atritos e discórdias com os pais da equipa adversária, mesmo quando sente que está a ser provocado. Nunca se esqueça que o seu filho está dentro do campo, mas vê perfeitamente aquilo que se passa na bancada.
- Aplauda as coisas bonitas feitas pelos colegas dos seus filhos. Mas, não se esqueça também de aplaudir aquilo que os jogadores adversários fazem bem. O desporto é rico em situações de virtuosismo e por isso devemos aplaudir sempre, mesmo quando essas façanhas tenham sido realizadas pelos adversários.
No fundo, "Faça da prática do Futebol, um momento inolvidável de prazer".
Texto: Professor Valter Pinheiro – ISCE - Odivelas.
MEU COMENTÁRIO:
São Bons textos e optimas reflexões.
Obrigado pela sugestão, acho que é bom que todos nós façamos a nossa reflexão, porque são assuntos muito interessantes, e aprendemos sempre alguma coisa com quem lida diariamente com os miudos.
Obrigado
Curiosamente, depois de ler estes 3 textos, fico com uma sensação muito agradável. É que tudo o que está aqui é precisamente aquilo que penso sobre o tema do desporto nos escalões jovens.
Por exemplo, neste último texto fala-se de uma coisa que considero extremamente importante... e que às vezes me coloca numa posição chata. Eu explico: Eu gosto, eu vibro, eu tenho imenso prazer a ver futebol bem jogado.
Às vezes, quando vejo uma excelente jogada da equipa adversária, não resisto a bater palmas... e depois reparo nas pessoas a olharem para mim e fico constrangido. Que raio! Ficam a pensar «Mas este tipo é louco? A apoiar a equipa adversária???»
Bem, isto já me aconteceu várias vezes... e como há mentes perversas, há sempre quem tire conclusões precipitadas do tipo: «Aquele está a bater palmas numa jogada da equipa adversária? Deve ser porque o filho dele está no banco... olha só o sacana»...
Mas não!
Eu não resisto a felicitar uma boa jogada! Seja da equipa que apoio, seja da adversária!
E acho que é esse espírito que dá beleza ao futebol! Até os nossos miúdos se sentem mais confortados quando percebem que perderam um jogo, ou sofreram um golo, resultado de uma jogada brilhante. ou seja... quando reconhecemos que os outros são melhores que nós... aceitamos melhor a derrota!
Chato, chato é quando se joga mal, quando se perde por más arbitragens, quando se perde com equipas que jogam feio... que dão muita cacetada...
Agora, o bom futebol deve ser, SEMPRE, elogiado!
Há, ainda neste ´último texto, referências que compreendo, que concordo, e que aplaudo, mas tenho de reconhecer que a emoção que o futebol atrai às vezes não nos permite ter o comportamento desejável.
É o caso dos jogos com péssimas arbitragens.
Eu não sou nenhum brutamontes, e entendo que devemos respeitar os árbitros e nunca fazer esse feio espectáculo de insultar os homens... mas confesso que há momentos em que não consigo evitar.
É que há tanta, tanta incompetência... que às vezes não dá...
Bem, este ano temos tido sorte. Já fizemos 4 jogos para o campeonato... e todas as 4 arbitragens foram aceitáveis. Não me lembro de erros graves.
E, o mais importante, temos tido árbitros que não permitem o jogo violento... e isso para mim é o mais importante. pode enganar-se num fora-de-jogo, numa bola que já tinha saído... numa mão na bola que não viu... tudo isso eu aceito... não suporto é aqueles árbitros que deixam os miúdos agredirem-se mutuamente... não marca faltas e no fim, perde totalmente o controlo do jogo e começa a aplicar cartões.... isso não suporto. É incompetência a mais...
JPF.
Fico feliz que este texto no qual participei tenha suscitado interesse.
ResponderEliminarBom Desporto
Valter Pinheiro