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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Comentário do «Mister» Fernando

Fernando disse... 

Rápidas melhoras para o Leandro que infelizmente sofreu uma entorse durante o jogo.

Este ano é a primeira vez que escrevo no blog, pelo que antes de falar sobre o jogo ou sobre futebol, gostaria de referia que é um prazer enorme treinar este grupo de jovens, não só pelo potencial e capacidades desportivas que têm sido referidas, mas sobretudo porque são miúdos fantásticos, de uma educação extrema, ávidos por aprender e por evoluir.

Vou partilhar um episódio que recentemente aconteceu num treino, num jogo de sectores (treino criado para desenvolver a noção de amplitude, profundidade, de equilíbrio e concentração) a determinada altura questionámos se percebiam porque criámos a condicionante de número de jogadores por sector, conscientes de que é um tema que temos vindo a trabalhar desde início, confesso que não estava à espera da resposta dada, pelo Gonçalo: “porque é necessário garantir o equilíbrio nos vários sectores”.

Quem acompanha ou está ligado ao futebol gosta de ganhar, nós não somos a excepção, queremos, no entanto, salientar que procuraremos chegar às vitórias como consequência natural da aprendizagem assimilada, do cumprimento dos objectivos delineados. Já tive oportunidade de o referir em diversas alturas que na nossa Escola não procuramos as vitórias a todo o custo, gostaríamos de ver medido o resultado do nosso trabalho pela evolução dos nossos atletas enquanto jogadores. Não iremos abdicar de jogar futebol como deve ser praticado, como o ensinamos e como o treinamos. Iremos colocar sempre em primeiro lugar os interesses dos jovens e só depois as vitórias da equipa.

Estou de acordo com grande parte dos comentários que têm sido feitos sobre o jogo. De facto, é um orgulho ver a equipa do Almada jogar em termos de tenacidade, entrega e atitude. Por outro lado, temos ainda muito pouco tempo de trabalho e é muita informação para assimilar ao mesmo tempo. É necessário saber o que fazer (componente táctica), como fazer (componente técnica), decidir (componente cognitiva), que decorre de uma correcta leitura de jogo (capacidade de percepção/análise e antecipação), para poder agir correctamente na altura certa em relação ao móbil do jogo.

Julgo que tecnicamente a equipa está muito bem, tacticamente a equipa tem vindo a melhorar, mas há ainda bastante a fazer, a tomada de decisão está ainda muito aquém do que pretendemos. Esta componente é na minha perspectiva a mais difícil no futebol, mas também é aqui que se consegue fazer a diferença.

Ainda no Sábado, enquanto assistíamos ao jogo Cova da Piedade vs Beira-Mar, referia em conversa com o pai do Ricardinho que temos de trabalhar mais a tomada de decisão. Na maioria das vezes escolhemos o caminho mais difícil, à tarde conseguimos perceber isso.

Não podia concordar mais com o João Pedro (Pai do Mário) quando refere que é importante que os miúdos se divirtam. A alegria faz parte do jogo, mesmo em idades mais avançadas. Foi precisamente o que referi ao Juninho durante o jogo e estou convencido que foi o que fez a diferença entre o jogo que fez na primeira parte e o que fez na segunda, onde de facto jogou com outra confiança e com mais alegria. Curiosamente o Juninho pediu-nos para não jogar de início, prefere entrar depois. De facto, na primeira parte falhou na marcação no primeiro golo, mesmo com a nossa chamada de atenção, passados alguns momentos marca um golo na própria baliza, esteve sempre demasiado nervoso e com medo de falhar. É um jogador com capacidades extraordinárias, quando joga com alegria. Foi precisamente o que lhe pedimos para fazer e que resposta extraordinária nos deu, fez uma excelente segunda parte, mesmo considerando os vários golos falhados (muitos deles criados por ele…).

Também estou de acordo que a sorte esteve poucas vezes do nosso lado. Num desporto onde o golo é uma raridade, a sorte tem, por vezes, muita influência sobre o resultado. Para além da lesão do Leo, sofremos um golo aos 4 minutos de jogo na primeira vez que o Corroios foi à nossa área numa falha de marcação nossa. Sofremos mais dois golos caricatos e o facto é que numa primeira parte equilibrada (com alguma superioridade para o Almada AC) saímos a perder 3-1. A segunda parte foi muito diferente, mudámos o sistema de jogo para 1-3-2 (tendo começado com 2-3-2), sabendo que iríamos correr mais riscos na defesa. Posso admitir que o Corroios fez um excelente jogo, porque defendeu muito bem e um jogo inteligente porque percebeu que nunca nos iria ganhar se jogasse de outra forma. Fomos fortíssimos nos primeiros 18 minutos da segunda parte, chegámos ao empate e falhámos por diversas vezes de forma caricata (novamente) o quarto golo, acabámos por sofrer o 4-3 (num contra-ataque) a 12 minutos do fim do jogo. Falhámos mais outras tantas oportunidades de fazer o empate, a escassos minutos do fim do jogo sofremos o quinto golo de livre (a falta não existe é um facto o Diogo corta a bola, mas isso não é importante) e o jogo acaba aqui.

Sobre a justiça no resultado, posso concordar que foi justo em termos “legais” ou “matemáticos”, de facto sofremos 6 e só marcámos 3, nesse sentido há justiça no resultado. Em termos de jogo, em termos futebolísticos, não fossem as 3 ou 4 situações excepcionais (caricatas) na nossa baliza que deram em golo do Corroios e as 4 ou 5 situações excepcionais (caricatas) que não deram em golo do Almada, a história do jogo teria sido outra…

Em jeito de finalização gostaria de salientar a exibição do Mário, julgo que o golo acaba por ser o corolário de um jogo extraordinário, de quem ainda não havia jogado qualquer jogo por estar lesionado. Bem-vindo Mário!

Um abraço,
Fernando


PS - Sobre a foto de conjunto, o senhor pediu para nos virarmos por causa do sol…

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